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Foto: Reprodução/arquivo pessoal
Caren Schultes Borges
Psicóloga, escritora e poeta. Brasileira, natural de Santa Cruz do Sul. Psicoterapeuta Familiar Sistêmica, membro do corpo clínico e do GEPPp do Institut Avuí em Porto Alegre. Mestre em Desenvolvimento Regional com ênfase em Subjetividade Juvenil e Mal-estar Contemporâneo. (UNISC) Especialista em Avaliação Psicológica (IPOGRS). Especialista em Infância e Família (UFRGS). Especializanda em Escrita Criativa (PUCRS). Formação em Terapia Familiar Sistêmica pela Prontamente Clínica. Coordenadora do Comitê de Terapia Familiar da Sociedade de Psicologia do RS SPRS. Membro do grupo de literatura e psicanálise do Instituo Cyro Martins. Membro da diretoria da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil coordenadoria RS - AJEB RS, da qual foi presidente-coordenadora (Gestão 2022-2024). Membro da diretoria da Academia de Letras do Brasil seccional RS - ALB RS. Membro da Academia de Letras dos municípios do RS ALMURS. Membro da Academie de Lettres et Arts Luso-suisse ALALS. Membro da Academia de Belas de Artes do RS - ABARS. Membro oficial da Rede Sem Fronteiras. Membro da Casa do Poeta Português de Lisboa. Autora de Efusiva C´alma e Onírica Aurora, obras lançadas em 2022, na Feira do Livro de Lisboa, Bienal Internacional de São Paulo, Congresso de Literatura de Punta Del Est no Uruguai e na Feira do Livro de Porto Alegre. Co-organizadora das coletâneas Palavras da AJEBRS em 2022 e 2023. Co-organizadora da obra o Amor não se lê. Prefaciadora da obra Originárias da AJEB nacional em 2023. Co-autora em mais de 50 coletâneas nacionais e internacionais. Tem poemas publicados no Jornal Zero Hora, escreve capítulos de livros e artigos em revistas.
Prêmios e distinções
Efusiva C´alma recebeu indicação ao prêmio Milton Pantaleão como melhor livro de poesia em 2022.
Recebeu o troféu Cultura Sem Fronteiras, representado por Camões, da Rede Sem Fronteiras, em Lisboa como destaque na cultura lusófona, em 2022.
Recebeu o troféu Pena de Ouro, da Rede Sem Fronteiras, no Grêmio Literário em Lisboa pelo primeiro lugar em prosa na antologia Sem Fronteiras pelo Mundo - Viagens em 2022.
Recebeu indicação ao Prêmio Milton Pantaleão da ALBRS como personalidade cultural no RS em 2023.
Recebeu o prêmio Estrella Del Sur desde Uruguay al Mundo, em Montevidéu em 2023.
Recebeu o prêmio Destaque Literário da ABARS, na Bienal do Rio de Janeiro em 2023.
Recebeu a comenda Nelson Rodrigues da ABARS pela excelência e compromisso com a língua e a cultura, em 2024.
Recebeu o troféu Fernando Pessoa de excelência e inovação, da Academia de Belas Artes do RS ABARS em 2024.
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1) Comente sobre de onde vem sua história com a palavra escrita. Como você seguiu nesse caminho? Como é o seu processo de criação com a escrita?
Tudo que é incomum me encanta. A arte e a psicologia pressupõem o olhar fora do senso comum.Além disso, eu sempre gostei de livrarias e papelarias, adorava livros de capa dura e o aroma dos papéis de carta e das borrachas perfumadas. Comecei escrevendo cartas de amizade, depois de amor. No entanto, o interesse pela palavra escrita teve início formativo no curso Técnico Tradutor e Intérprete em Língua Inglesa e Portuguesa durante a juventude.
A graduação em Psicologia e o interesse em iniciação científica também foram grandes celeiros. Eu sempre me encantei com a nossa capacidade imaginativa e por histórias humanas criativas. Entretanto, a autorrealização com a palavra escrita através da literatura ocorreu no auge dos meus 45 anos durante a oficina de produção psicanalítica e literária da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul. Eu tinha internamente muito a compartilhar. O crescimento pessoal e profissional como escritora teve como exponencial a participação em academias literárias e como presidente-coordenadora da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, seccional do Rio Grande do Sul (AJEB/RS). Atualmente a especialização em Escrita Criativa pela PUC/RS amplia enormemente o repertório no processo criativo. Qualificar a escrita tornou-se uma necessidade e um lema. Tenho como virtude o amor pelo aprendizado.
2) Quais suas principais influências literárias? Você tem alguma formação literária, estuda por conta própria ou escreve de maneira intuitiva? Como é seu processo de busca por aprimoramento em seu fazer literário?O processo criativo envolve muita leitura, pesquisa, revisão e reescrita. Leio vários livros ao mesmo tempo, público em coletâneas e participo de oficinas e de grupos de estudos. Ser escritora é estar em contínuo movimento, um eterno tornar-se a ser.
O fazer literário é de aprimoramento contínuo, através de oficinas literárias, pós-graduação em Escrita Criativa e grupo de estudos em psicanálise e literatura, como o do Instituto Cyro Martins. Escrevo semanalmente. Publico frequentemente em muitas coletâneas. Atualmente escrevo meu primeiro romance. Será de suspense psicológico. Além das capacitações, conto com orientação e revisão dos textos. Mesmo quando escrevo espontaneamente poesia, só publico depois de revisada. Sempre considero um outro olhar. Um livro é uma obra feita por muitas visões. A maior influência veio da leitura e de inspirações. iro muito Fernando Pessoa, Gabriel Garcia Marques, Dostoiévski, Tchekhov e Edgar Alan Poe. Mas, as maiores influências provêm de escritas femininas: Florbela Espanca, Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector. E da minha querida conterrânea Lya Luft. Além das nobéis Gabriela Mistral, Toni Morrinson e Annie Ernaux.
3) Quantos livros/coletâneas você tem publicados? Pode nos falar sobre as características de sua escritura?
Publiquei dois livros simultaneamente. Onírica Aurora, de forma independente e Efusiva C'alma, pela Editora Alternativa. O primeiro trata de histórias verídicas e fictícias com personagens femininas e os dilemas da contemporaneidade. Todas as personagens são mulheres oníricas com finais otimistas e de esperanças. É um livro iniciante de escritas criativas. O livro Efusiva C'alma trata de poesias sobre o devir e a feminilidade. Possui poemas vertidos para o francês e para o espanhol, pelo poeta Alcy Cheuiche. A capa e as ilustrações internas são de autoria do artista Santacruzense Rafael Barletta. Como já citado, um livro é uma obra feita por muitas visões. A obra está dividida em três capítulos: devir e feminilidade; Flor-e-ser em inquietas esperanças; Pot-pourri literário: diálogos e gentilezas. Ambos foram lançados nacionalmente e internacionalmente. A participação em coletâneas ultraa o número 50. Gosto muito de contribuir com escritas regionais, embora minha característica seja de prestigiar as singularidades e as universalidades. Em geral, escrevo sobre o devir e a feminilidade. Também publico capítulos em livros, artigos em revistas e coorganizo coletâneas. A palavra escrita requer diversidade.
4) Qual o papel das redes sociais para o seu trabalho de escritora? Como é sua interação com seus leitores na Internet? Que mídias você utiliza para divulgação da sua produção escrita?
No meu olhar crítico, as mídias sociais são veículos de (des)informação. Não publico textos nem poemas em redes sociais. Exceto os publicados em Jornais. Publico em coletâneas de associações e de academias literárias, em editoras e de forma independente. Gosto mais do livro impresso e divulgo de forma empreendedora, participando e lançando em feiras de livros, congressos, convenções. Este ano vou estar na Bienal de São Paulo. Participo de homenagens, inscrevo em concursos. O site da editora é muito útil. Mas, muitas vezes, vendo de forma direta. E as mídias utilizo para promover a literatura independente com a seriedade e o comprometimento da identidade como mulher-escritora.
5) Que conselho daria a um aspirante a escritor? Que mensagem você deixa para nossos leitores?
A escrita não precisa ser solitária. Fazer boa literatura é também formar círculos de amizades (e de network).Escrever é um ato social, transforma (e toca) vidas, seja sensível e responsável. E, escreva, pesquise, reescreva, revise e publique. Nunca engavete! O mundo precisa te ler!Eu aconselho a qualquer aspirante que, antes de ser um bom escritor, seja um bom leitor. Leia clássicos e contemporâneos. Adote a ideia de que técnicas de escrita não matam a criatividade. Aprenda a ser eficiente, respeite a inteligência do leitor.
Nosso mundo precisa de sensibilidades e de maior reconhecimento da representatividade feminina nas escritas.E, aos queridos leitores, sugiro que leiam mais escritoras mulheres.
Gratidão ao Jornal Linha Popular e sua coluna Escritores Contemporâneos por divulgar e incentivar mulheres escritoras. Um abraço fraterno.
Muito obrigada,
Rosangela Calza
Escritores contemporâneos Linha Popular (LP) Camboriú Santa Catarina
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